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O PAPEL DO PROFESSOR – REINVENTANDO O JEITO DE EDUCAR


Atualmente há uma grande discussão sobre a profissão de professor, pois a mesma parece estar sempre atravessando sucessivas crises. Os profissionais que atuam nesta área encontram-se no meio de um fogo cruzado: de um lado, a sociedade culpando-os pela crise na educação e do outro, as instituições dizendo que os mesmos não conseguem desenvolver seu trabalho de forma adequada. O que acaba provocando neste profissional uma profunda desmotivação perante o cenário que se descortina a sua frente. Por este motivo, é necessário questionarmos o que deve ser feito para que possamos reinventar a profissão de educar, principalmente, neste tempo de concorrência desigual. Onde a mídia, a internet, os jogos eletrônicos possuem atrativos difíceis de serem superados.

O professor não está preparado para enfrentar e usufruir das novas tecnologias que estão ao seu alcance, persistindo no modelo tradicional de ensino, não preparando o aluno para o mundo ao qual está inserindo.
Além disso, é necessário salientar a existência de uma categoria de professores que utilizam-se do emprego de professor, apenas como um ganho adicional em sua renda familiar. Não sendo a educação seu foco principal de atuação. Sendo bastante questionável se isso é salutar ou não. Mesmo com o honrado objetivo de melhorar a qualidade de vida e poder aquisitivo de sua familiar, a falta de tempo na elaboração dos conteúdos para sua aula, muitas vezes a falta de comprometimento e a provável desmotivação, faz com que um grande mal seja feito as duas partes, professor e aluno. Por um lado, provoca uma grande frustração quando o professor não obtém resultados esperados e, de outra parte, uma aula enfadonha de nada estimula ao alunado, não lhes reservando nenhum tipo de interação, muito menos a construção de ambientes próprios para a geração de conhecimento.


Existe uma luta que concentra seus esforços na busca por uma revalorização e re-dignificação salarial e profissional dos docentes, mas esquece de propor formas para produzir um re-encantamento do professor no aspecto pedagógico, em buscar novas formas de ensinar que “encante” o aluno. Vale salientar que o professor é antes de tudo um ser humano que, por si só, necessita de apoio e valorização para que possa sentir-se motivado, respeitado e aceito pela sociedade em que está inserido.


A escola tornou-se um lugar onde simplesmente há uma transmissão de conhecimentos já prontos, não havendo mais o prazer de aprender. O ambiente para aprendizagem deve propiciar o gosto pelo aprender, incentivar a criatividade, a descoberta, a pesquisa, com o objetivo de uma melhoria no processo de ensino-aprendizagem.


Conforme Hugo Assmann comenta: “Ninguém encontra lugar ao sol na sociedade do conhecimento sem flexibilidade adaptativa. O mundo está se transformando numa trama complexa de sistemas aprendentes” e segue “As biociências descobriram que a vida é, basicamente, uma persistência de processos de aprendizagem. Seres vivos são seres que conseguem manter, de forma flexível e adaptativa, a dinâmica de continuar aprendendo”.


Para o mesmo autor, à vida “se gosta”, isto é, deve-se ter amor pelo que fazemos ou realizamos em nosso cotidiano e em nossa profissão. Por isso os educadores deveriam analisar de que forma a vida dos alunos é concreta, no seu mais profundo dinamismo vital e cognitivo, para que possa compreender como atingir ou capturar o interesse desses alunos.


Nessa perspectiva, exige-se que a profissão do docente não fique reduzida ao domínio dos conteúdos das disciplinas e das técnicas para transmiti-la, mas que seja um conhecimento em construção fundamentado na ação-reflexão-ação e, principalmente, que tenha cunho político, ético e moral, contribuindo para a efetiva formação do aluno-cidadão dentro de uma sociedade em constante transformação.


A docência, nesse contexto, não está mais arraigada somente ao estudo do conteúdo e à técnica de transmissão desse conteúdo. É uma aprendizagem que deve ocorrer dentro de uma problemática, ou seja, de situações concretas que se dão no contexto escolar; é um ir e vir constante. Exige ainda que, além dos conhecimentos, sejam trabalhadas atitudes para o desenvolvimento de uma prática reflexiva competente.


Portanto, a formação de professores deve ser continuada, ou seja, ela deve ocorrer durante toda a vida.


Referências:
ASSMAN, Hugo. 06 - Reencantar a Educação. Published: Aug.31.2006 @ 4:45 pm | Last edited: Aug.31.2006 @ 2:48 pm. http://www.blogtext.org/renatotfilho/topic/2425.html
KRAMER, Sonia. Ser educador: um desafio permanente. Nueva America. La Revista de la Patria Grande – nº 102, 2004, http://www.novamerica.org.br/Revista_digital/L0102/ rev_entrevista.asp
MEIRIEU, Philippe. Es responsabilidad del educador provocar el deseo de aprender. Cuadernos de pedagogía. Nº 373. Nov. 2007. http://www.cuadernosdepedagogia.com/ ver_pdf.asp?idArt=11479.
SOFFNER, Renato Kraide & CAMPOS CHAVES, Eduardo Oscar de - Tecnologia e a Educação como Desenvolvimento Humano - 143.106.58.55/revista/include/getdoc.php? id=109&article=38&mode=pdf - acesso em 12 de julho de 2007.
TEIXEIRA, Anísio. Mestres de amanhã. Discurso proferido na sessão do Conselho Internacional de Educação para o Ensino, reunido no Hotel Glória. Rio de Janeiro. Agosto 1963. Disponibilizado: http://www.prossiga.br/anisioteixeira/artigos/mestres.html - Acesso em 10 julho de 2007.




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